29 julho 2009

Gripe suína, sinistralidade e atendimento à população

Informação à população e ação eficiente

Depois de um início claudicante, a área da saúde do governo resolveu agir. Nos primeiros dias da crise, que foi noticiada num fim de semana, não havia ninguém para receber e informar os passageiros  que chegavam do México. Autoridades negaram demora em agir.

Depois, com a crise se alastrando pelo mundo, o discurso era que tudo ia bem. Autoridades continuaram negando demora na ação.

Com a crise já instalada, o governo, por seus vários meios, divulgou que as mortes aconteciam somente em casos em que havia demora na busca por assistência médica. Resultado a população, quando sentia sintomas suspeitos, correu aos hospitais. Causou, óbvio, sobrecarga no atendimento. Aí, vem o governo de divulga mensagens aconselhando a não ir aos hospitais. E, nos casos de mortes, continuou reafirmando a demora na procura por auxílio médico como uma das causas determinantes. Bem, é para procurar assistência médica ou não?

E, por último, a demora na questão da volta às aulas. Nesta semana, diversas escolas, públicas e privadas, voltariam e/ou voltaram às aulas. De forma desencontrada, governos municipais e estaduais se mobilizaram e cancelaram a volta, estendendo por mais uma semana, no mínimo, esse retorno. Se a medida é válida ou não, talvez somente a história diga. mas que houve um total desencontro das administrações federal, estadual e municipal, não há dúvida.

Sinistralidade e atendimento

Claro que a recomendação de procurar o médico haveria de aumentar os atendimentos. Que, como é óbvio, aumentam os custos dos planos de saúde. Nos invernos o custo já aumenta naturalmente, por causa das doenças sazonais como gripe e complicações respiratórias. Neste ano, com a manifestação da autoridades e da mídia em relação à gripe A H1N1, muitos dos que tiveram os sintomas de gripe normal procuraram atendimento médico. Ou seja, uma doença que seria tratada em casa, talvez na farmácia, foi levada aos hospitais. As filas, mesmo de hospitais privados, que nunca foram pequenas, multiplicaram-se. A ponto de consultam serem marcadas para a madrugada, como se fosse um escárnio ao doente. E, nas salsa de espera, agravamento do risco: aglomeração de pessoas com, no mínimo, gripe comum, em recintos fechados e lotados.

Protocolos de atendimento? Ficou claro que não existem. Pessoas que buscaram hospitais, e que foram liberadas, morreram em decorr6encia da gripe A. A primeira manifestação das autoridades é que, se foram liberadas, é porque não apresentavam os sintomas da gripe. Ora, se não apresentassem, não iriam ao hospital.

Médicos e hospitais sem orientação causam a busca de outros médicos e hospitais. O que, de novo, agrava os custos da assistência médica nesse período.

A grande crise das operadoras e prestadores de serviço vai se somar aos problemas de uma gripe nova e agressiva. Governos, os primeiros testados, não estão prontos. Os hospitais não estão prontos. as operadoras de planos de saúde vão arcar com os custos, num primeiro momento. E a população, gripada ou não, atendida ou não, ainda vai pagar essa conta.

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