No site da ANS, a notícia do encontro acontecido em 30/06/2009 entre atores do setor, sob o título A Saúde Suplementar vai bem, obrigada!, declarações de diversas autoridades do governo mostram como está a saúde da Saúde Suplementar. Em tom otimista, como devemos ser todos, traçam seus cenários e mostram, acima de tudo, que a crise tão temida não atingiu tão fortemente operadoras e prestadores de serviços.
Mas é só. O fato de a crise não ter se manifestado na saúde suplementar como em outros ramos não quer dizer que a saúde vá bem. Quer dizer somente que continua na mesma, ou quase na mesma. Bem não poderia estar porque bem nunca esteve. É ufanismo chapa-branca dizer o contrário.
Os problemas do setor continuam. A ANS, que é, de longe, a agência mais atuante do Brasil, ainda precisa de vários passos para solucionar diversos problemas estruturais. E o fato de ser a agência mais atuante, isoladamente, não quer dizer nada, pois há aquelas que nada fazem. Mas a ANS criou fatos importantíssimos para a Saúde Suplementar. Necessário citar a TISS – Troca de Informações em Saúde Suplementar, um best seller do gênero no Brasil que, agregado à TUSS – Terminologia Unificada em Saúde Suplementar, representará um grande marco na babilônia de códigos, termos e padrões de comunicação que existia antes.
Mas ainda há os quase-órfãos da AVIMED, em que a mão da ANS foi mais pesada que a mão do mercado. A operadora que quis não levou, para proteção dos beneficiários, e os beneficiários ficaram a ver navios… Ainda há os procedimentos adicionados ao rol, que causam peso no custo da assistência médica, e têm de caber na receita da operadora, “imexível”, diria o ex-ministro.
Há o custo das novas tecnologias, que auxiliam a investigação das doenças, mas entram a custos altíssimos, e alguém tem de pagar a conta. Médicos e pacientes, para sua segurança, exigem os tratamentos, operadoras têm de incorporá-los, e os custos vão aumentando…
Especialistas em faturamento procuram brechas na negociação para cobrar o que for possível, não o que foi utilizado, para acompanhar o teto possível de faturamento: essa conta é da operadora, e não precisaria existir.
E por aí vai, sendo possível elencar um compêndio de motivos para dizer que a saúde suplementar não vai bem, não, infelizmente.
Mas o encontro, ao que parece, era festivo, e as festividades têm de terminar assim, festivamente. Vamos relevar, portanto, a frase ufano-otimista, dizendo que a saúde suplementar não piorou e não foi por falta de espaço!
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