Em todas as discussões sobre saúde, o componente tecnologia está presente, como protagonista ou como meio. Na verticalização, por exemplo, assisti a um hospital decidir favoravelmente a ela através dos dados históricos: ao constatar que o consumo da massa tinha predominância numa determinada especialidade, construiu um hospital voltado principalmente àquela área, e reduziu de fato seus custos no todo.
Tal decisão, estratégica, teve de se basear na análise da informação disponível. Assim como qualquer decisão que venha a ser exigida de qualquer dos atores do mercado de saúde. A informação, seja histórica, seja em tempo real, está cada vez mais impregnada no dia-a-dia dos profissionais, e de forma indissociável.
Hospitais já negociam baseados em dados de consumo da operadora. E com base nos seus custos reais, apurados mediante a escrituração disciplinada de seus gastos. Ação, por sinal, a que foram obrigados pelos crescentes gastos e pela também crescente regulação por parte das operadoras. Também com base nas informações disponíveis, hospitais já vêm contornando problemas no atendimento, ao utilizar sistemas que notifiquem imediatamente interações medicamentosas nas prescrições ou existências de alergias para o paciente, por exemplo. Neste caso, é a informação on line que se mostra indispensável.
Para pacientes, já há tecnologia voltada para socorro imediato. A Folha de São Paulo de hoje traz duas destas novidades, uma já disponível no Brasil, a outra nos Estados Unidos. A primeira, uma espécie de marca-passo, permite saber, com doze horas de antecedência, a ocorrência de um infarto. Um paciente de Valinhos (SP) já está utilizando o aparelho.
Na outra novidade, um sensor externo monitora acúmulo de líquido corporal (e níveis de atividade física). Sem fio, o aparelho transmite informações para outro aparelho, que os transmite para o site da fabricante, que pode enviar notificações para o médico atendente em caso de urgências/emergências.
No caso da agência reguladora nacional da Saúde Suplementar, a ANS, normalmente cada ação sua estabelece uma contrapartida de prestação de informações, como forma de acompanhamento e controle. E, de forma determinante, como meio de padronização, como é a TISS e a TUSS, e mesmo a padronização contábil, que permite estabelecer comparações entre números de mesma categoria.
As Tecnologias de Informação e Comunicação em Saúde (TICs) são, portanto, a base do alinhamento da saúde às melhores práticas, sejam essas tecnologias voltadas para gestão (como ferramentas de apoio à decisão), ao atendimento do paciente e/ou atenção à saúde, e mesmo para a gestão macro do sistema de saúde do país.
Prospectar essas novas tecnologias e aplicá-las a custo acessível é o grande desafio.
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