A ANS divulgou em seu site resultado da comparação entre a mortalidade de beneficiários de planos de saúde e dos usuários do SUS. A conclusão é que o perfil de mortalidade é semelhante para ambos os perfis. O que isto quer dizer? Absolutamente nada de novo.
No Brasil, o direito universal à saúde, garantido pela consituição, é uma quimera. Todos têm direito, mas isso não garante atendimento. Filas e mais filas do SUS espantaram a população que pode pagar para planos de saúde. Estes, em essência, garantem o atendimento na manifestação das doenças, papel que seria do SUS. E é só.
A abordagem de melhoria do estado de saúde, não necessariamente de pessoas já adoecidas, é praticamente inexistente. Planos de saúd ainda não se ocupam disso e não se ocuparão se não houver est;imulos e financiamentos. É uma mudança forte de paradigma, e nem todos estão preparados para ela. Inclusive a população.
No SUS, como no plano de saúde, a procura é ativada pelo mal estar, pela doença. COmo prevenção não há, e acompanhamento idem, é de se esperar que os perfis de mortalidade sejam semelhantes.
A propósito, essa compra de assistência médica pela população, fugindo da ineficiência da rede pública, desobriga esta aos atendimentos mais frequentes. O que significa menor custo para os cofres públicos. Na matemática, o cidadão, pelos impostos se habilita à rede pública, e pelo pagamento direto se habilita à assistência médica suplementar. Paga duas vezes, certo?
Pois o famoso ressarcimento ao SUS devido pelas operadoras de planos de saúde acirra essa condição quase surreal. Além de não ter a despesa de vários dos atendimentos do cidadão, o SUS ainda cobra das operadoras os atendimentos que realiza daqueles cobertos por planos. Na pior das interpretações, esse valor não deveria ser ressarcido para o beneficiário? Parece-me que sim, já que é ele que paga duplamente pelo serviço.
As deficiências e ineficiências de gestão pública estão cobertas pela fumaça da demonização das operadoras de planos de saúde. Enquanto estas estiverem na berlinda, ninguém apontará o dedo para a real causa do problema, que é a politicagem que impera na gestão das verbas.
Como dizia Macunaíma, muita saúva e pouca saúde, os males do Brasil são.
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