06 junho 2009

2ª Congresso Brasileiro de Tecnologias da Informação e Comunicação em Saúde – TICs (eHealth)

Aconteceu em 05/06/2009, na Feira Hospitalar, o 2ª Congresso Brasileiro de Tecnologias da Informação e Comunicação em Saúde – TICs (eHealth), na programação do ClasSaúde.

Os temas foram desenvolvidos da seguinte forma:

Tecnologias de Informação e Comunicação Indicadas pela ANS para o Setor da Saúde Suplementar (TISS, TUSS, etc.)

No primeiro painel, o Sr. Luiz Eduardo Vieira, da ANS, que apresentou um histórico da implantação do TISS, falou sobre a TUSS, informando que será implementada gradualmente até janeiro/2010, e apresentou os horizontes estabelecidos pela Agência para próximos passos. Comentou sobre o Pro TISS, programa de incentivo à utilização do padrão TISS, que está em processo de gestação.

Registro Digital da Informação Clínica: Prontuário Médico Eletrônico e Personal Health Records – Estágio Mundial e Nacional

Em seguida, o Sr. John Ritter apresentou conceitos do Registro de Saúde do Paciente (PHR), em comparação ao Registro Eletrônico de Saúde (EHR), com suas características, vantagens e desvantagens.

Destaques:

  • O Registro Eletrônico do Paciente é alimentado e gerenciado por este, enquanto o Registro Eletrônico, normalmente é dos hospitais e clínicas, que nele registram dados da passagem do paciente por suas instalações. Fragmentado, portanto.
  • O PHR tem linguagem e alcance de acordo com seu usuário, o paciente, enquanto o EHR tem linguagem técnica, alto grau de detalhamento técnico.
  • O PHR é alimentado pelo paciente conforme graus diferentes de ativação. Em primeira abordagem, ele anota medicamentos dos quais faz uso e sintomas/doenças que vivencia, por exemplo.
  • O PHR pode ser salvo em cartões de memória, tipo pen-drive, e transportados pelo paciente. Em casos de atendimento médico, ele pode disponibilizar acesso às informações, já que estas podem auxiliar diagnósticos e tratamentos.
  • O médico atendente, à vista das informações contidas no PHR, pode conduzir a investigação numa ou noutra direção, conforme as informações obtidas. Não é, portanto, um registro mandatório em termos de conduta médica, mas auxiliar na investigação.
  • No PHR, podem ser armazenadas informações sobre histórico pessoal e familiar, permitindo, se necessário, que patologias familiares constituam informação útil no diagnóstico de doenças do indivíduo, e de suas gerações subsequentes. Assim, as informações do PHR são úteis para nossa família e de nossos descendentes, quando alimentadas corretamente.

Também apresentou algumas experiências internacionais na adoção de PHR ou EHR, com suas dificuldades e acertos.

PHR: Patient Health Records

EHR: Eletronic Health Records

Padrões, Protocolos e Especificações Técnicas Regulatórias para o Mercado Nacional de Saúde (HL7, Dicom, etc.)

O Dr. Marivan Santiago, Presidente do HL7 Brazil, apresentou a importância da utilização de padrões no mercado de saúde a apresentou alguns dos padrões mundiais que vêm sendo considerados e em implantação no mercado internacional e nacional, como o SNOMED, HL7, LOINC, dentre outros.

TeleHealth e Tecnologias Orientadas à Assistência Remota

Guilherme S. Hummel, consultor internacional, cujas palestras equivalem a vários MBA e anos de prática, apresentou-nos a situação atual e futura da telemedicina ou telehealth.

A telemedicina, ou telehealth, tem vantagens óbvias para pacientes e instituições de cuidados (hospitais, clínicas), tanto que várias inciativas no mundo incentivam a adoção da prática, seja em conferences entre equipes médicas, seja pelo acompanhamento remoto do paciente, em ações na maiorias das vezes conduzidas pelo próprio (telemonitoramento).

O paciente informado, fruto da enorme oferta de informações com alto grau de acessibilidade (o doutor Google) fazem com que o paciente chegue ao consultório já munido de informações sobre o que considera ser sua patologia, baseado em sintomas e em consultas via web. O médico, frente ao paciente informado, já começa a mudar seu comportamento, discutindo de igual para igual com o anteriormente 100% passivo paciente.

O conhecimento, que tem seu lado ruim e seu lado bom, leva o paciente a interessar-se pela sua saúde com mais detalhes, o que leva também a um automonitoramento. Esse automonitoramento, baseado em tecnologias simples e já massificadas (de certa forma), baseadas tanto em telefonia fixa como em bandas largas, aproxima o paciente e suas condição atual (diria atualíssima) do seu médico atendente, já que os dados são processados e analisados em curtíssimos prazos, quando não on line. A adesão de paciente a esse tipo de monitoramento reduz a margem de ocorrências fulminantes e induz o paciente a cuidar mais de si.

Ao mesmo tempo, a telemedicina ou telehealth aumentam a desospilalização, reduzem a incidência de eventos fulminantes, reduzem o custo do atendimento curativo, dentre outras vantagens.

Algumas experiências internacionais foram apresentadas, todas de aplicação rápida e imediata.

Tecnologias Orientadas à Mobilidade e o Papel da WEB no Suporte ao Paciente

O debate entre os componentes do Comitê de Tecnologias de Informação e Comunicação em Saúde, por mais rico que tenha sido, foi totalmente colocado em segundo plano frente à demonstração, por parte do Dr. Marivan Santiago, de sua “dependência” de tecnologia. Entre aspas, pois é uma dependência positiva, já que agrega acesso à informação ao seu principal trabalho, que é o de assistir pessoas. Mostrou-nos como, de seu celular, acessa sistemas de análise de interações medicamentosas, como utiliza canetas tecnologicamente desenhadas para gerar registros eletrônicos a partir das anotações, em letra cursiva, de seu usuário. Enfim, mostrou como as tecnologias já existentes podem ser utilizadas para agregar valor às ações de atendimento na área da saúde. Como ele mesmo se definiu, o geek mostrou aos presentes a aplicabilidade, com ganhos óbvios, das tecnologias já existentes, sejam de comunicação, sejam de inteligência de negócio aplicada.

 

A jornada continuará no próximo evento da Hospitalar, e a esperança é de que os players da área da saúde, sejam operadoras, sejam prestadores de serviços, se beneficiem dos avanços da tecnologia.

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