12 novembro 2009

O papel do cooperativismo na reforma de Obama

No Brasil, as cooperativas de médicos estão habilitadas a operar planos de saúde, e constituem modalidade à parte. Desde a primeira cooperativa médica, a UNIMED Santos, as Unimed vêm crescendo em números, e são um player importante na saúde suplementar.

Já as cooperativas de usuários não têm experiência positivas no Brasil, e nem expressão. Como pessoas físicas não podem operar planos de saúde, a saída é a formação em entidades que operem planos de saúde em seu nome. Cooperativas, por exemplo. Mas no Brasil essa saída não é muito utilizada, já que organizações desse tipo são mais comuns na autogestão, em que empresas, órgãos governamentais ou mesmo entidades representativas assumem o papel de gerir a operação. Autogestões não patrocinadas, aquelas em que os usuários rateiam o custo da assistência médica são mais raras, justamente pelos riscos financeiros que representam. Se num determinado mês, por qualquer motivo (gripe suína, por exemplo) os custos sobem demais, eles são repassados para os usuários, que têm de custeá-los às suas expensas. Uma cooperativa do tipo, a COOPUS, foi recentemente objeto de intervenção e liquidação pela ANS.

Um dos pontos do plano de Obama é a criação de cooperativas de usuários, para serem uma alternativa aos planos de saúde convencionais, hoje centrados no sistema securitário americano. Para serem viáveis, essas cooperativas teriam de ter uma quantidade mínima de usuários (25.000, segundo o plano). Seria, na prática, uma autogestão, em que a negociação com a rede prestadora ficaria a seu encargo. A experiência brasileira mostra que é preciso que haja uma quantidade mínima de beneficiários para que essas negociações sejam vantajosas, já que o modelo de pagamento é o de taxa por serviço.  Quanto maior a população assistida, melhores preços seriam possíveis.]

Seria uma entidade diferente da UNIMED brasileira, já que esta é uma cooperativa de médicos operando planos de saúde, enquanto no modelo americano seria uma cooperativas de usuários. Ao lado da “seguradora” governamental, a cooperativa no modelo americano serviria para moderar a oferta das seguradoras oficiais.

Parece utópico demais. Vamos acompanhar a evolução.

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