13 dezembro 2018

A teoria das restrições e o processo decisório na saúde suplementar

the-goalEliyahu Goldratt, em se livro A Meta, descreve o que ele chamou de Teoria das Restrições (Theory of Constraints ou TOC).

a TOC defende que os sistemas de produção (de bens) ou de entrega (de serviços) têm restrições ou gargalos em seu seus processos. A capacidade máxima de produção seria, então, igual ou menos do que a apresentada por essas restrições ou gargalos.

Na prática, a teoria pode ser comparada ao velho dito sobre as correntes, que é tão forte quando o seu elo mais fraco.

Na Saúde Suplementar também existem as restrições, que podem ser de diversos tipos. Mas um, em especial, é destaque no setor.

As regras de negócios no segmento de saúde são inúmeras, a ponto de exigir complexas articulações para uma decisão correta. Quando inexistem regras suficientes, o processo normalmente para à espera de uma decisão gerencial. E é esse um dos grandes entraves do setor, ou seja, uma das grandes restrições.

O gestor, seja de nível médio, ou de nível diretivo, é demandado a cada paralisação do processo, Como sua disponibilidade é restrita, a velocidade da superação das dificuldades é no máximo igual ao tempo que o gestor dedica às suas decisões executivas.

Agregue-se à limitada disponibilidade a necessidade da presença constante em reuniões de trabalho, feiras e eventos e atividades de representação, constata-se que o gestor dedica à resolução de problemas operacionais tempo muito menor que a demanda existente.

Muitas vezes o processo, pela inércia determinada pelo dia a dia, tem sequência sem decisão (a chamada decisão por falta de reação). Nesse ponto, não significa que a decisão correta foi tomada. Indica, sim, que qualquer decisão é melhor que nenhuma decisão quando o problema avança na Matriz de Eisenhower, se transforma em Urgente e Importante, e exige ação imediata.

Quando não é o caso, o processo se arrasta, em velocidade muito abaixo da desejada, até que a decisão surja.

Essa restrição é severa, pois normalmente não permite identificação de causas e efeitos, e questões do processo produtivo têm tendência de se transformar em problemas frequentes e rotineiros.

Num processo produtivo de uma fábrica, por exemplo, as máquinas devem entrar em manutenção de forma programada. Nessas interrupções, se o processo trabalha com duas máquinas e uma delas entra em manutenção, há uma restrição, mesmo que provisória. Acontece que a parada tende a garantir que problemas maiores não surjam, ou seja, que o prazo dessa limitação não fuja daquele previsto e, em tese controlado pela empresa.

Assim deve ser a ação do gestor, na saúde suplementar e em qualquer segmento de negócio. Sua atenção para os problemas cotidianos deve ser para identificar causas e evitar novas ocorrências. Ou, no mínimo, para mitigas os efeitos adversos advindos. Mesmo que a atividade demande mais tempo que uma simples decisão para continuidade, aquela tomada em meio à pressão de tantas outras emergências do contínuo apagar de incêndios.

Assim, nas reflexões de final de ano, as que precedem as listas de metas para o ano seguinte, o gestor deveria se auto avaliar procurando identificar o quanto sua atuação tem sido a de uma restrição do processo, ou de gerador de oportunidades de melhorias continuas.

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