11 maio 2010

Atendimento na saúde suplementar: quando teremos indicadores?

istockphoto_1999765-people-in-a-queue[1] Proliferam na internet e na mídia convencional relatos de demoras no atendimento de beneficiários de planos de saúde. E não se restringem a consultas, atingindo também outros procedimentos e internações.

A demora tem início no atendimento na operadora de planos, e tem sequência no prestador de serviços, normalmente um hospital ou clínica. Consultas disponíveis somente após mais de 45 dias de espera, internações que têm demora na aprovação ou, aprovadas, não têm vagas em hospitais. É a contaminação que sofre a saúde suplementar daquela do qual fogem seus beneficiários: a saúde pública.

Sem que tenha havido crescimento relevante (mais vegetativo) na população assistida, o atendimento se encontra em fase crítica. Mas esta afirmação é temerária, pois essas reclamações são os únicos dados que se tem para inferir a baixa oferta de serviços.

Nos Cadernos de Informação, seria necessário que se expusessem os números das redes de atendimento. Por plano, por operadora, por beneficiário, etc, mas é necessário que conheçamos os indicadores da capacidade de atendimento dessa rede prestadora.

  • Quantos são os hospitais que oferecem seus serviços às operadoras?
  • Quantos são os leitos disponíveis?
  • De quais especialidades?
  • Quantos são os médicos?
  • De quais especialidades?
  • Qual é a taxa de utilização desses serviços?
  • Qual é sua distribuição geográfica?

São muitas as indagações, e também são muitos os entraves operacionais para atender à essa necessidade de informação. Um hospital, por exemplo, presta serviços a várias operadoras. Como, então, calcular o número de leitos por operadora? Idem para médicos. Apesar das dificuldades, a necessidade é premente, e sua satisfação pode, inclusive, quantificar a necessidade de novos prestadores de serviços (e seus ninhos), e mesmo a necessidade de formação de categorias profissionais (médicos, enfermeiros, etc).

A ANS conta com sistemas que totalizam dados econômicos, permitindo acompanhar a situação financeira das operadoras, para decidir rapidamente em casos de insolvência (perigo para o beneficiário, portanto). Tem dados de beneficiários, que lhes permite… cruzar informações com atendimentos do SUS. Tem poucas informações sobre as redes (por causa de características das normas). Para o beneficiário, entretanto, é muito mais interessante que a ANS se ocupe da rede prestadora do que ao ressarcimento ao SUS, que é um processo sempre em questionamento.

Inquestionável é que há algo errado na capacidade de atendimento da rede, e a maioria das operadoras está sentindo esse problema. Os aumentos das mensalidades de planos de saúde estão controlados, a saúde financeira das operadoras está sob constante vigilância, a informatização está em forte processo de assimilação, mas a capacidade de atendimento está se deteriorando. É preciso reagir a isto, ou a saúde suplementar no Brasil, em curto espaço de tempo, ter-se-á amalgamado com a saúde públicas, mas nas sua piores deficiências.

Qual é, e qual deveria ser a capacidade de atendimento das operadoras de planos de saúde?

Nenhum comentário:

Postar um comentário