28 junho 2018

Unimed Manaus–e essa, agora?

A ANS informou hoje a alienação compulsória da carteira de beneficiários da Unimed Manaus. Com pouco menos de 145.000 vidas em dez/2017 S(segundo dados da ANS. Segundo o site da Unimed, pouco mais de 122.000 neste data).

Não é, portanto, uma das maiores do Brasil. Mas representa 64% das contratações de planos médicos do estado.

A concorrente direta na cidade é a SAMEL, medicina de grupo que detém menos de 16% do mercado.

Outra operadora da região é a Federação das Sociedades Cooperativas Médicas do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, que não é concorrente da Unimed Manaus, ao contrário. Aliás, por uma questão de lógica, teria o maior interesse em não ver uma afiliada em tal situação.

Acontece que Manaus não é o Rio. Se a UNIMED Rio mereceu a atenção de importantes atores do setor (Unimed do Brasil, Central Nacional Unimed, Unimed Seguros), o mesmo parece não acontecer com a Unimed Manaus. Se não for liquidada, ao menos terá como prosseguir como prestadora de serviços.

A medida (alienação de carteira) é adotada quando se identificam “insuficiência das garantias do equilíbrio financeiro, anormalidades econômico-financeiras ou administrativas graves que coloquem em risco a continuidade ou a qualidade do atendimento à saúde” (dentre outras).

Num mercado  onde a concorrência inexiste e as opções de transferência de operadoras parece ser de baixíssima possibilidade, a ameaça ao consumidor está apresentada na própria decisão da ANS. Os consumidores terão dificuldades de atendimento, há uma provável possibilidade de que não surjam compradores, para que, somente aí, seja decretada a portabilidade especial.

Que garante somente o não cumprimento de novas carências.

Pouco?

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