É de entendimento comum que o software de gestão nas empresas de saúde deva prover informações. Embasamento à decisões, avaliação de cenários, etc., normalmente é o que declaram executivos que buscam soluções de software.
Adicionalmente, entendem os atores que, para gerar informações, o software deva atender a um conjunto específico de regras de negócios, impedindo a transgressão de regras básicas nos processos. Este entendimento, aliado à ideia de que as regras de negócio são o cerne do negócio, proliferam as novidades na matéria, sempre originadas por quem quer mais controle e perseguidas pelos desenvolvedores de software como o Zero Kelvin (a temperatura absoluta, pragmaticamente inatingível).
Pois bem, o software realmente se destaca como o grande gerador de informações, sejam operacionais, sejam estratégicas, para que o tomador de decisões se oriente. Também é o esteio das regras de negócio que, bem aplicadas, amparam fortemente os processos da empresa.
Ocorre que o software deve ser um atalho, nunca um desvio.
Recorro ao Houaiss para esclarecer:
Atalho: caminho secundário, derivado de um principal, pelo qual se encurtam distâncias e/ou se chega mais rapidamente ao lugar de destino.
Desvio: segmento sinuoso (de estrada ou caminho, de rio etc.); curva, sinuosidade, volta;
afastamento de um padrão de conduta considerado aceitável; erro, falha.
O software deve ser um meio de encurtar caminhos, ou melhor, processos. Isso se dá pela automação, que é a incorporação de controles e passos pelo próprio sistema. Assim, um dos principais ganhos proporcionados pelo software é a economia de tempo, expressa empresarialmente em ganhos de produtividade e escala.
Quando a utilização do software enfrenta desvios, podemos entender que alguns processos operacionais ou não são atendidos pelo produto, ou os processos não está adequados. A avaliação é simples: estou gastando muito tempo com algum processo? Isso é sintoma de algo não está certo.
Algumas empresas dependem ainda de assinatura no papel para que processos tenham sequência, mesmo que os passos anteriores e posteriores estejam sendo realizados em sistema. Isso é um desvio. Há, por óbvio, diversas explicações plausíveis e aceitáveis para o fato. A questão é: qual o atraso que geram, e quais os custos desses atrasos?
Considerando-se que a “autorização” expressa pela assinatura seja indispensável, ela poderia ser realizada por uma funcionalidade de software? Claro que sim. Todos os que efetivam movimentações bancárias sabem que sim, com a adoção de alguns cuidados básicos.
Um dos desvios mais frequentes é o da conferência.
Uma regra de negócio é acionada para que alguém avalie uma determinada situação identificada pelo software. Essa é uma medida que deveria envolver processos de grande impacto financeiro, e seus resultados devem compensar os custos desses desvios. Em muitos casos, tal qual numa obra em uma estrada, o desvio deveria ser transitório, até que o caminho seja devidamente ajustado. Infelizmente, eles acabam sendo perenizados, e também seus custos.
Assim, uma das regras de ouro na utilização do software é o exercício da dúvida sistemática cartesiana. A avaliação permanente e sistemática dos atalhos e desvios que a empresa adota, bem como seus vantagens e desvantagens.
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