Quando a vacina foi inventada (ou descoberta, foi um misto dos dois), houve resistência. A Revolta da Vacina é um exemplo. Pessoas morriam, a doença estava descontrolada, mas não havia racionalidade na análise dos fatos. Somente aos poucos a vacina ocupou seu lugar importantíssimo na saúde.
De outro lado, a Teoria da Abiogênese, quando contestada, teve defensores ferozes. A despeito, novamente, das evidências, era mais manter a crença existente que avançar para outro patamar. E é um marco importante também na história da saúde.
Em prevenção de doenças e riscos, ocorre um processo semelhante. Não igual, pois há uma onda de saúde varrendo algumas porções da população. Embora precisássemos de um tsunami, a presença da onda é boa notícia. Mas há ainda aqueles que, do alto de suas crenças arraigadas, ainda despreza a importância da vida saudável.
Ainda ouço pessoas dizendo que, na “na minha época, ninguém se preocupava com isso e todos viviam bem”. Viver bem, no caso, é uma questão de comparação. Há a evolução dos indicadores da saúde, e eles vêm progredindo paulatinamente durante estes anos. Hoje, se vive melhor. Se não se constata mais esse fato, é por uma cegueira auto-assumida, de não querer enxergar o óbvio. Contra argumentos não há fatos, como ridicularizaria um amigo meu.
Nossa sociedade ainda está baseada na lei do mínimo esforço e do máximo prazer. Ou acredita estar. O fast food promove, como nos mostrou o Supersize me, um sem número de complicações de saúde. O sedentarismo deixa a pessoa sem ânimo, e a falta de ânimo não permite à pessoa escapar do sedentarismo. Exames de controle preventivo não são feitos, pois não há datas nem médicos, e, aparentemente, nem razões para fazê-los há.
Se avaliarmos o que pagamos de plano de saúde e considerarmos que esse valor é aviltado pelos custos daquelas pessoas que não se cuidam, se alimentam de forma descuidada, não têm atividade física, e abusam de álcool e tabaco, podemos chegar a uma nova guerra. Pois aqueles que se preocupam com a saúde e a mantém sob controle acabam pagando a conta hospitalar daqueles que ainda não acordaram para o problema.
Quantas cirurgias, internações, atendimentos de urgência, procedimentos arriscados poderíamos evitar com um comportamento mais preventivo e menos descomprometido? Muito, mas isso é uma mera inferência econômico-financeira. Na verdade, de quantos anos a mais de vida saudável estamos nos privando? E qual é o custo familiar e social desses anos em que não vivemos mais na plenitude, e dependemos de uma teia de relacionamentos e serviços para remediar?
A vacina é essencial. A pasteurização evita doenças. E a prevenção é fundamental. E não há argumentos, contra os fatos bastantes que temos por aí.
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