25 outubro 2009

Consultas de pronto socorro, automedicação e capacidade de atendimento das operadoras

http://www.istockphoto.com/file_thumbview_approve/5083391/2/istockphoto_5083391-doctor-holding-stethoscope.jpg Deparo-me sempre com reclamações de operadoras com relação aos gastos de consultas em pronto socorro, Apesar de serem mais caras que as de consultório, seu número elevado tem comprometido a sinistralidade de algumas carteiras.

Também vejo, com muita frequência, os avisos contra a automedicação, mesmo para aqueles remédios que já incorporados ao cotidiano das pessoas.

Em contrapartida, vejo pessoas que tentam marcar uma consulta médica e não conseguem senão datas para semanas, até meses depois. À pessoa nestas condições o que resta? A consulta de pronto atendimento (ou pronto socorro) é a alternativa mais rápida para o início da investigação do seu problema. Se seu médico, o médico de sua preferência, não tem datas próximas, não há remédio. Nem mesmo mudar de médico, pois a situação é geral.

Isso reflete a capacidade de atendimento da operadora. Não há nenhum critério publicado que demonstre a espera por uma consulta eletivas, mas se houvesse demonstraria exatamente isso: não há agenda para atendimento. a Solução, sábia ou não, é a procura da solução mais rápida, e isso só mascara o problema.

A ANS se preocupa com a rede, mas de hospitais. Não faz muito empenho em aumentar a quantidade de profissionais, nem mesmo se preocupa em saber se seu número, frente às reais necessidades, é compatível com a necessidade dos beneficiários. A criação de um índice de espera por consulta poderia trazer à tona esse problema. E problema que afeta consumidores no seu atendimento e operadoras, no seu custo.

Ao mesmo tempo, o beneficiário que não consegue agenda de atendimento e não busca um pronto socorro se automedica. Simples assim. Então, se a automedicação é um problema real, sua erradicação passa pelo aumento de profissionais de consultório. E não bastam as propagandas conclamando a população a diminuir a prática. Passar semanas esperando o atendimento não estimula ninguém a não ser médico de si mesmo.

Quando o plano de saúde (o produto) é registrado na ANS, é obrigatório indicar os hospitais que o atenderão. Se um deles deixar de fazer parte dos credenciados, diz a regra que deve ser substituído por outro de condições semelhantes. Não seria lógico fazer o mesmo com a quantidade de profissionais de consultório, mas cotejando-se esse número com a necessidade real?

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