A ABET – Associação Brasileira dos Empregados em Telecomunicações comunicou aos seus beneficiários, em 15/05/2018, que vai encerrar as atividades da operadora de planos de saúde, embora mantenha as demais atividades.
A autogestão, quando patrocinada, depende da visão do patrocinador sobre seus objetivos. Os mais perseguidos são a diminuição do absenteísmo, do presenteísmo, aumento da produtividades e, óbvio, diminuição das despesas com assistência médica de seus colaboradores.
Dos listados, o custo total da assistência médica é uma rubrica que salta aos olhos, por mensuração direta. E, frente aos demais, quando díspar, tem um peso predominante, quando não exclusivo na avaliação da manutenção do benefício.
É de se lembrar o forte questionamento enfrentado pelos então pré-candidatos à presidência dos Estados Unidos, Obama e Hillary Clinton, sobre os descontrolados custos de assistência médica, tendo como centro as montadoras GM e Ford.
Outro fator relevante para as autogestões é o engajamento do beneficiário na utilização racional do plano de saúde. Embora teoricamente seja maior em autogestões, na realidade o engajamento não é aquele que se espera. Isso porque o beneficiário, ao contribuir para o plano, se coloca na condição de consumidor, exigindo o que entende serem seus direitos justamente pela contrapartida (o pagamento que realiza).
Não é por acaso que algumas autogestões encerraram suas atividades. Os números do setor não são favoráveis, e o tamanho de algumas implica em maiores riscos financeiros, pois enfrenta pequena diluição (teoria do mutualismo).
No caso da ABET, o beneficiário está totalmente desamparado: não houve interessados (segundo a própria empresa) em adquirir a carteira, e não há determinação de portabilidade especial por parte da ANS. Será mais um caso de pesca em pesque-pague: a vantagem é toda do vendedor de planos.
Os números da ABET permitem inferir suas dificuldades.
Resultado Financeiro:
Sinistralidade:
Despesa Administrativa
Os dados têm origem na ANS.
O que julgaria como fator predominante na crise das autogestoras? Seria o protecionismo?
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