Longe dos hospitais de grife, o candidato foi socorrido naquela que é a mais heroica instituição do Brasil: uma Santa Casa.
Espalhadas pelo Brasil, aonde nenhum hospital de grife jamais esteve, as Santas Casas lutam pelo sobrevivência há muitos anos e há poucos ventos favoráveis no horizonte.
Espremidas por negociações que em nada correspondem ás necessidades daqueles cuja vida depende, infelizmente literalmente, dessas entidades, ainda levam a pecha de má administração.
É a contrapartida da situação em que uma pessoa ganha diversas vezes seguidas na loteria, afrontando as teorias da probabilidade (se lembrou dos anões do orçamento?).
Mas as Santas Casas estão lá, atendendo anônimos desimportantes e, eventualmente, algum prócere da república.
Mas a recompensa, ou contrapartida, ou retribuição, ou reconhecimento, ou seja lá o nome que se queira dar ao processo de valorização, não acontece somente por serviços prestados e histórico.
É uma instituição pública, devidamente reconhecida pelo CNAS (ou não) e tem de pagar por esse pecado tão infame.
Tanto que o candidato ferido correu (ou melhor, voou) assim que pode para bem longe daquele antro de profissionais da área médica que tão bem o atenderam para se alojar no Nirvana dos doentes, ou naquele lugar que todo doente gostaria de estar, por paradoxal que seja.
As Santas Casas são mais da coletividade e atendem a essa coletividade sem seletividade. Ou seja, basta estar necessitado, pois essa é sua missão.
Missão de uma instituição (pessoa jurídica) que não declara seu negócio, como se fosse uma empresa (o grifo sarcástico é meu).
O incidente do candidato deu uma clara demonstração de quem nem tudo no SUS é fraude e descaso.
Mostra, por sinal, que a única opção era a. Santa Casa. Mas nem por ser única, menos competente ou menos dedicada.
Mas infinitamente menos valorizada. Infinitamente...
Essa é a situação das Santas Casas do Brasil. Salvando vidas, enquanto lutam para se manterem vivas...