14 julho 2015

ANS muda posicionamento sobre norma do parto cesáreo

Silhouette of pregnant woman royalty-free stock vector artNo Estadão de 14/07/2015: ANS ADMITE QUE NORMAS CONTRA CESÁREAS FOI FEITA DE FORMA “INTEMPESTIVA”

A novidade é a admissão da falha. A ANS, a agência mais ativa do Brasil, desta vez admitiu que errou, e talvez isso se deva à reação dos beneficiários, não das operadoras de planos de saúde.

Em outras ocasiões em que foi acusada da mesma coisa, a agência não foi tão magnânima. Podem ser listados casos e mais casos em que as operadoras disseram o mesmo de suas regras e decisões, mas somente desta vez a “humildade” venceu.

A norma das cesáreas foi apresentado com pouquíssimos dados para validá-la. Comparar o total de cesáreas de partos normais com outros países é importante, certamente, mas ao elencar os problemas decorrentes do parto cesáreo nenhum número foi apresentado para quantificar as complicações. Como se a primeira estatística falasse por si mesmo, não houve aprofundamentos na análise.

Também não houve quem desse voz, dentro da ANS, às mulheres que preferem o parto cesáreo. Se o número é tão grande, já se pode considerá-lo como parte da cultura nacional. E cultura não se muda por decreto.

Agora, enfrentando resistências de médicos credenciados, a realidade se apresentou de forma dura à agência, que teve de voltar atrás. Sua decisão de deixar espaço para a parturiente fazer a escolha é, certamente, a decisão correta.

Mecanismos de conscientização podem ser utilizados para mudar esse aspecto cultural. Devem ser dirigidos tanto às famílias como aos profissionais da saúde. Não são poucos os relatos de maus tratos àquelas que escolhem o parto normal.

Esperamos que essa atitude da agência se mantenha. De autoritarismos e posições arbitrárias, já bastam as da história recente.

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