A crise expõe uma das facetas mais perversas das regras da Saúde Suplementar: a diminuição da oferta de planos individuais/familiares.
Com o engessamento dos reajustes desses planos, operadoras optaram por comercializar somente planos empresariais, os quais podem ser reajustados mediante negociação entre as partes. O entendimento é que as empresas patrocinadoras desses contratos teriam maior poder de negociação com as operadoras de planos de saúde.
Os planos PME começaram a crescer em empresas com dois, três funcionários, justamente compostas por pessoas que buscavam plano de saúde para si e seus familiares.
Como resultado previsível, as ofertas de planos e pessoas físicas diminuíram mais e mais.
Na crise, o desemprego rouba beneficiários justamente dos planos coletivos empresariais, justamente a única alternativa possível para o cidadão que quer um plano de saúde. A perda do beneficiário em planos empresariais obviamente não provoca aumento em planos individuais justamente pela pouca oferta e pela falta de capacidade de pagamento do desempregado.
Se nada for feito, a tendência é que aumente ainda mais a restrição a planos individuais. Ao mesmo tempo, se a crise não for debelada, a conta da saúde será debitada ao SUS, com sua imensa incapacidade de atender ao público.
Nenhum comentário:
Postar um comentário