25 dezembro 2015

A crise da saúde é só no Rio de Janeiro?

O Rio de Janeiro entrou nas manchetes (ou voltou) às devido à grave crise na saúde. A questão é localizada, ou é sistêmica?

Desde a "constituição cidadã", a de 1988, festejadíssima por seus supostos avanços, a saúde no Brasil tem a marca do SUS, o SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE da seguinte forma:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
 Talvez fosse mais conveniente iniciar assim: - Era uma vez... 

O político brasileiro adora fazer propaganda dessa miragem que é SUS. Propagam-no como se fosse a solução de todos os problemas de saúde e como se os brasileiros vivessem no paraíso médico. "Especialistas" também se referem ao SUS como se fosse realidade inconteste, em vez dessa utopia que mata e deixa morrer. Até o cúmulo de Lula "aconselhar" Barack Obama a implementá-lo em terras norte-americanas.



O fato é o SUS é uma mera abstração nos dias atuais. Seria como escrever na constituição que o mundo vive em paz, devidamente promovida pelo estado. Ou, mais convenientemente, determinar, via lei, que o brasileiro não adoecerá mais.

O resultado, triste e doloroso, por real, é que a saúde não tem nos governantes uma fração ínfima da importância concedida a ela pela letra da lei. Faltam médicos, ou equipamentos, ou insumos, ou profissionais, ou tudo. A ponto de médicos registrarem queixas policiais por não terem como atender a "clientela". Isso, obvio, quando há médicos...

O Houaiss define como "suplementar", em uma de suas acepções, como "que serve de complemento para suprir o que falta". Pois no Brasil isso quer dizer que ele atua em todo o espectro da saúde. E ainda recebe a carga do governo  por suas (do governo) deficiências, com exigências que o mundo público não tem, como os prazos mínimos para atendimento.

O problema é, infelizmente, nacional. O governador do Rio cobra municípios e federação, e estes se cobram mutuamente. Embora negue responsabilidade, o governo federal vai aportar recursos para resolver parte (pequena) dos problemas. E assim caminha a crise...

No país onde o mosquito manda, muita saúva e pouca saúde são os grandes males...

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