21 outubro 2014

O Brasil e o ebola

Nos EUA, Barack Obama conclama população a manter a calma, alegando que o protocolo destinado ao tratamento da doença é seguro. No Brasil, comemora-se o resultado negativo de paciente com suspeitas.

O caso é que nos Estados Unidos o protocolo falhou. Apesar da gravidade da doença, enfermeiras e hospitais não seguiram, em algom momento, os procedimentos recomendados, tanto é que o paciente foi liberado de hospital após procurá-lo com os sintomas e ser egresso da África oriental. Depois, enfermeiras devidamente paramentadas foram infectadas ao tratar do paciente. O presidente Obama, então, ordemou revisão e rediscussão do protocolo.

Se para os EUA esta difícil, como estará para o Brasil?

Na crise do H1N1, no Brasil houver diversos relatos de pacientes que foram dispensados de hospitais mesmo apresentado sintomas da doença. É sempre oportuno lembrar que a H1N1 foi declarada pandemia pela Organização Mundiai da Saúde e deveria, portanto, receber a máxima atenção de autoridades sanitárias e entidames médico-hospitalares. Ainda assim, não havia, nas admissões de pacientes de grande parte dos hospitais do país, qualquer procedimento visando segregar casos suspeitos. Foram relatados casos de pacientes que percorreram diversos hospitas até que recebessem a devida atenção. Essa falta de triagem colocou os infectados junto a pessoas não infectadas, em salas fechadas, obviamente, por perídos relatados de até 14h de espera em prontos-socorros.

Se na pandemia foi assim, há de se imaginar que num caso de doença em que as autoridades decretaram baixa probabilidade de proliferação no Brasil, as defesas estejam menos alertas. Ademais, há uma questão prepoderante a ser discutida pelos brasileiros: nosso sistema de saúde. Do lado público, faltam recursos físicos e humanos para combater os males mais comuns, como denunciam diversas reportagens da imprensa. Na saúde suplementar, qualquer tentativa de estabelecer protocolos para a rede credenciada é logo denunciada como “intromissão” pelos médicos. Como não há uma entidade governamental a regular ações de profissionais e entidades médico-hospitalares nessas questões, a realidade é que cada um procede como bem entende e nem sempre esse entendimento está alinhado aos interesses da população.

E se analisarmos as condições de atendimento e isolamento de pacientes e pessoas com quem tiveram contato, com todos os aparatos e instalações, só nos resta mesmo esperar que a crise do ebola não atinja o Brasil.